A prata inglesa e seus critérios de contrastaria se difere e
muito dos demais países.
Desde 1238 na Inglaterra, moedas e itens eram produzidos em
prata mas ainda não havia o conceito que hoje está em vigor.
No ano de 1300, determinado por Eduardo II todo item de
prata a ser comercializado deveria ter o contraste “cabeça de leopardo
coroado” como prova de teor. Inicialmente a responsabilidade ficou a cargo
dos goldsmiths(joalheiros) mas em 1327 Eduardo III nomeou “The Goldsmiths Guild”(Guilda*
dos Joalheiros) responsáveis pela marca e fiscalização. As Guildas dos
Joalheiros absorviam o controle dos dois metais. O Ouro e a Prata.
Cabeça de Leopardo Coroado

Cabeça de Leopardo Coroado

Nesta época os Prateiros eram conhecidos como Goldsmiths assim
como os Ourives.
*Guildas eram associações de artesãos e comerciantes da
mesma especialidade.
Os membros eleitos nestas
associações eram responsáveis pela regulamentação e fiscalização de todas as
atividades exercidas por seus associados além de marcar os contrastes também atestavam o teor da prata. O prédio (intitulado Hall) onde os associados
se reuniam tornou-se conhecido como Goldsmith Hall. A origem do
termo Hallmark, se referia naquela época ao prédio mas passou a ser usado como referência internacionalmente conhecido
como a identificação padrão da prata inglesa. Hall(prédio) e
Mark(marca/contraste).
As Iniciais do Prateiro
Em 1363 todos os itens de prata deveriam ter as iniciais
(marca/contraste) do prateiro. Havia uma lista com os devidos registros e eram mantidos
no Goldsmith Hall.
A inclusão das iniciais do prateiro tinha como objetivo atribuir responsabilidade sobre o teor atestado pelo fiscalizador(“Essayer”). O mandato do fiscalizador tinha validade de um ano para evitar transferências de responsabilidades no caso do teor ser inferior ao padrão exigido e declarado. Mesmo tardia a identificação do teor mais baixo o “Essayer Mark”, havendo qualquer dúvida quanto ao objeto, o prateiro poderia ser identificado e localizado para eventual contestação ou punição.
A inclusão das iniciais do prateiro tinha como objetivo atribuir responsabilidade sobre o teor atestado pelo fiscalizador(“Essayer”). O mandato do fiscalizador tinha validade de um ano para evitar transferências de responsabilidades no caso do teor ser inferior ao padrão exigido e declarado. Mesmo tardia a identificação do teor mais baixo o “Essayer Mark”, havendo qualquer dúvida quanto ao objeto, o prateiro poderia ser identificado e localizado para eventual contestação ou punição.
A Marca da Cidade de Origem
Não há registro da data exata quando esta exigência
passou a vigorar mas constam marcas/contrastes de 7(sete) outras cidades
além de Londres. Puderam então concluir que a partir daquela data houve o uso da
marca da cidade, da cabeça do leopardo atestando o teor pelo Hallmark de
Londres e as iniciais do prateiro.
Muitos “offices” foram abertos em toda a
Inglaterra mas muitos fecharam. Atualmente as marcas/contrastes das cidades que
estão representadas são Londres, Birmingham, Chester, Exeter, New
Castle, Sheffield, York e como Reino
Unido, inclui-se Dublin, Edimburgo e Glasgow.
A Letra como Data
Uma nova marca/contraste foi introduzida em 1478 para representar e identificar o ano em que foi produzido o referido objeto. Esta letra é trocada a cada ano.
A letra “A” corresponde ao ano de 1478 e não há registros de
outros exemplares. A letra “B” que
corresponde ao ano de 1479 foi identificada em um Cálice e Patena pertencente a
Igreja da Santa Maria a Virgem, em Somerset. É o mais antigo exemplar até hoje
registrado e conhecido com a letra do ano.
O Leão Passante
A mais conhecida das marcas é o Leão Passante, introduzida
em 1544 depois de uma disputa com as guildas pelo controle da prata, sinaliza
que a coroa inglesa prevaleceu no controle porém 3 anos depois as guildas
retomaram a liderança mantendo o Leão Passante como marca de pureza.
As quatro marcas acima mencionadas formam o padrão inglês de
contrastaria que permanecem até os dias de hoje sendo referência de qualidade
e confiabilidade. Os contrastes referentes as cidades, prateiros e ano de fabricação terão sempre suas variáveis.
É impossível transmitir em um Blog a complexidade da prata
inglesa. Há alguns livros publicados que auxiliam na
identificação dos contrastes mas podemos recomendar Bradbury’s Book of Hallmarks que é bastante
prático mesmo para iniciantes, e é muito utilizado por colecionadores.
Posted by Nazira Pires Amado - Em 14.01.2014
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