Wednesday 15 January 2014

A Prata Inglesa - Início, Critérios e Formação “The Hallmark”

A prata inglesa e seus critérios de contrastaria se difere e muito dos demais países.

Desde 1238 na Inglaterra, moedas e itens eram produzidos em prata mas ainda não havia o conceito que hoje está em vigor.
No ano de 1300, determinado por Eduardo II todo item de prata a ser comercializado deveria ter o contraste “cabeça de leopardo coroado” como prova de teor.   Inicialmente a responsabilidade ficou a cargo dos goldsmiths(joalheiros) mas em 1327 Eduardo III nomeou “The Goldsmiths Guild”(Guilda* dos Joalheiros) responsáveis pela marca e fiscalização. As Guildas dos Joalheiros absorviam o controle dos dois metais.     O Ouro e a Prata. 
                                                      Cabeça de Leopardo Coroado        
                                                    
         
              Nesta época os Prateiros eram conhecidos como Goldsmiths assim como os Ourives.

             *Guildas eram associações de artesãos e comerciantes da mesma especialidade.  

Os membros  eleitos nestas associações eram responsáveis pela regulamentação e fiscalização de todas as atividades exercidas por seus associados além de marcar os contrastes  também atestavam o teor da prata. O prédio (intitulado Hall) onde os associados se reuniam tornou-se conhecido como Goldsmith Hall.  A origem do termo Hallmark, se referia naquela época ao prédio mas passou a ser usado como referência internacionalmente conhecido como a identificação padrão da prata inglesa.                                   Hall(prédio) e Mark(marca/contraste).

As Iniciais do Prateiro
Em 1363 todos os itens de prata deveriam ter as iniciais (marca/contraste) do prateiro. Havia uma lista com os devidos registros e eram mantidos no Goldsmith Hall.

A inclusão das iniciais do prateiro tinha como objetivo atribuir responsabilidade sobre o teor atestado pelo fiscalizador(“Essayer”). O mandato do fiscalizador tinha validade de um ano para evitar transferências de responsabilidades no caso do teor ser inferior ao padrão exigido e declarado. Mesmo  tardia a identificação do teor mais baixo o “Essayer Mark”, havendo qualquer dúvida quanto ao objeto, o prateiro poderia ser identificado e localizado para eventual contestação ou punição.

                                      

A Marca da Cidade de Origem
Não há registro da data exata quando esta exigência passou a vigorar mas constam marcas/contrastes de 7(sete) outras cidades além de Londres. Puderam então concluir que a partir daquela data houve o uso da marca da cidade, da cabeça do leopardo atestando o teor pelo Hallmark de Londres e as iniciais do prateiro. 
                                                                                                                                                              Muitos “offices” foram abertos em toda a Inglaterra mas muitos fecharam. Atualmente as marcas/contrastes das cidades que estão representadas são Londres, Birmingham, Chester, Exeter, New Castle, Sheffield, York e como  Reino Unido, inclui-se Dublin, Edimburgo e Glasgow.

A Letra como Data
Uma nova marca/contraste foi introduzida em 1478 para representar e identificar o ano em que foi produzido o referido objeto. Esta letra é trocada a cada ano.

      

A letra “A” corresponde ao ano de 1478 e não há registros de outros exemplares.  A letra “B” que corresponde ao ano de 1479 foi identificada em um Cálice e Patena pertencente a Igreja da Santa Maria a Virgem, em Somerset. É o mais antigo exemplar até hoje registrado e conhecido com a letra do ano.

O Leão Passante
A mais conhecida das marcas é o Leão Passante, introduzida em 1544 depois de uma disputa com as guildas pelo controle da prata, sinaliza que a coroa inglesa prevaleceu no controle porém 3 anos depois as guildas retomaram a liderança mantendo o Leão Passante como marca de pureza. 



As quatro marcas acima mencionadas formam o padrão inglês de contrastaria que permanecem até os dias de hoje sendo referência de qualidade e confiabilidade. Os contrastes referentes as cidades, prateiros e ano de fabricação terão sempre suas variáveis.



É impossível  transmitir em um Blog a complexidade da prata inglesa.                                                           Há alguns livros publicados que auxiliam na identificação dos contrastes mas podemos recomendar Bradbury’s Book of Hallmarks que é bastante prático mesmo para iniciantes, e é muito utilizado por colecionadores.

Posted by  Nazira Pires Amado -  Em 14.01.2014


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