Portugal iniciou seu gosto pela prata no Século XV
embora haja registros de anterioridade.
Tempo das
descobertas pelo mundo.
A criatividade na
arte da prata em Portugal no final do período Manuelino era tempo da fartura enquanto
que no Século XVII havia o empobrecimento da criatividade portuguesa ao receber
fortes influências francesas diante do poderio e prestígio da França que
dominou o mundo naquele Século e no início do Século XIX ocorreu a influência
inglesa, especialmente no estilo Adam influenciando o estilo na produção das peças de
prata em Portugal.
Até 1886 as peças de
prata produzidas em Portugal recebiam os
contrastes de respeitáveis membros da Corporação dos Goldsmiths que atestavam o
teor e os classificavam, assim como também ocorria com o ouro. Os números mantinham
sua equivalência para 0916, 0833 e 0750 e estes contrastes são mantidos até os
dias de hoje.
Para que pudessem
usar estes contrastes era necessário ser registrado nos órgãos competentes (City
Councils) da cidade de origem do referido
prateiro ou ourives e ser associado no Brotherhood of St. Eloi, sediado na
Cidade do Porto. Estes órgãos foram extintos em 1834 e substuídos por
Contrastaria em 1886 atestando a qualidade dos metais e
registros de marcas dos prateiros em exercício.
Além do contraste de teor deveria constar em cada peça a punção do local e do autor do
trabalho. Na formação de um contraste utilizava-se comumente a inicial e
uma coroa que determinava a origem da peça. Portanto “L” significava Lisboa,
“P” Porto, “G” Guimarães e assim por diante. O teor é representado por numerais
romanos como XI, X e IX ou por numerais arábicos juntamente com a punção do autor
ou fabricante, geralmente identificado por suas iniciais.
A maior dificuldade
que encontramos nas peças de prata portuguesa é precisar as datas que foram
feitas a não ser que se tenha conhecimento das características das peças
antigas e ampla experiência de manuseio. Os arquivos
existentes são incompletos e difíceis de serem entendidos.
As peças de prata
portuguesa antigas, em geral possuem em sua base interna marcas de buril. Com o buril ele remove resquícios, após aquecido é comparado a
“amostra padrão” de teor nos órgãos fiscalizadores portugueses.
Javali
Não se tem registros
da existência de minas de prata no Brasil. Toda a prata vinha em forma de
moedas do Perú através do Rio da Prata que ao serem cunhadas, transformavam-se
em objetos principalmente peças religiosas. Sabemos da existência de diversos
objetos religiosos em prata do Século XVII, XVIII e XIX mas sem a contrastaria já
praticada na Europa.
Ilustrando as duas
mais importantes punções brasileiras são a marca “dez dinheiros” praticada no
Brasil e utilizada também em Portugal a partir de 1830 e “onze dinheiros”
criada no reinado de D. Pedro II. Importante mencionar que a contrastaria é
regional em função de seu controle e fiscalização. Algumas publicações foram
feitas mas pelo passar do tempo tornou-se impossível resgatar o que não foi
registrado ou extinto.
A ausência de fontes
de pesquisa, escassez de publicações, dispersão de documentação no Brasil aliados
a complexidade do assunto restringe nosso acesso as informações necessárias para amplo conhecimento
de toda a contrastaria até então existente
entre Portugal e Brasil.
Posted by Nazira Pires Amado Em 5.01.2014
Nota:
Os Blogs antiquesdesign possuem focos específicos e se complementam.Se aprecia nossas publicações visite os demais Blogs.
NPA
https://plus.google.com/u/0/109341311284077065285/posts
NPA
https://plus.google.com/u/0/109341311284077065285/posts
No comments:
Post a Comment