A prata francesa e seu conceito de
marca não é sistêmico como a prata inglesa.
A prata na França, não era tão
apreciada como na Inglaterra.
A prata francesa atravessou muitas
crises políticas que prejudicaram sua história.
A Prata Francesa
já se originou de forma complexa
O primeiro
contraste(marca) na França, em formato de um losango surgiu em Paris no Século XIV e expandiu pela
França.
Em 1460, por
ordem da Coroa Real foi adotada a letra “coroada” para identificação do ano em
que o objeto fora feito. Em 1543, o contraste
tornou-se o primeiro padrão oficial de contrastaria francesa, garantindo
a qualidade do objeto em prata.
Havia um
órgão centralizador de marca intitulado “Maison Commune” responsável por marcar
a cidade de origem do objeto.
Cada cidade possuía um símbolo de identificação. Na execução, cada
componente do objeto de prata, teria que possuir um símbolo, que após ser
aposto, levava outro símbolo(marca),finalizador.
Conclusão.
Os objetos em prata possuíam diversos contrastes, já que cada parte do objeto
era executada, separadamente.
A Politica
no Mercado da Prata
A prata era
relativamente pouca na França nos Séculos XVII-XVIII e não era tão apreciada
como na Inglaterra. Por possuir valor intrínseco era derretida, estava sujeita
a fiscalização, ser confiscada e incorporada ao Tesouro do Estado, tanto no
Reinado de Luís XIV quanto no Reinado de Luís XV. Nestas circunstâncias não
havia estímulo por parte dos franceses em investirem em objetos de prata.
A introdução
do chá e do café no Século XVII na Europa impulsionou a execução e desenvolvimento
de novas formas de design aos objetos e serviços em prata pelos prateiros
franceses.
Muitas
mudanças de hábitos e costumes houveram no final do Século XVII. A introdução de jantares como encontro
social à mesa, estimulou a execução de serviços em prata, especialmente sopeiras
extremamente rebuscadas e decorativas. Tornou-se um estilo de jantar
transformando-se padrão europeu, hoje
conhecido como “Serviço à Francesa”.
Alguns fatos históricos prejudicaram o mercado de prata na França.
A guerra
civil entre católicos e calvinistas(huguenotes) que receosos de serem assassinados,
deixaram a França para viver em outros países mais tolerantes. Cerca de 250.000
huguenotes evadiram e muitos eram exímios profissionais da prata.
Em 1689 a
coroa real exigiu dos nobres seus
acervos em prata para financiar as guerras no exterior. Toneladas de objetos
em prata foram derretidos.Outra
investida do Estado francês em 1789 e mais objetos foram derretidos para
custear a Revolução Francesa. Oficinas de prata práticamente desapareceram.
Em 1789 foi
instituído um novo padrão de contraste pelo Governo Revolucionário que se
manteve até 1819.
Com a
situação política dramáticamente elevada, impossibilitava a aquisição de objetos
de prata que apesar da qualidade francesa já existente tornou-se de alto custo
o que promoveu um processo de execução mais barato e mais decorativo para viabilização
financeira.
Quando
Napoleão tomou o poder como ditador no início do Século XIX, predominava
estilos greco-romanos e neo-clássicos, estilos que representavam os ideais
políticos da Revolução Francesa.
De 1878-1973
os objetos de prata francesa para exportação são contrastados com a Cabeça de
Mercúrio(Deus Romano). Junto a este contraste possui um número, que determina o
teor. Número 1(um) para a prata 950 milésimos e número 2(dois) para a prata 800
milésimos.
Ainda nos
dias de hoje, a Cabeça de Minerva representada pela cabeça do Deus Romano com
capacete é indicação de qualidade da prata francesa. O contraste com a
Cabeça de Minerva corresponde ao teor 950. milésimos de prata. Quando a seu
lado tiver o número 1(um) ou 0(zero) o teor é 92.5 milésimos de prata.
Quando se
tratar de contraste Cabeça de Mercúrio com o número 2(dois) ou nenhum número o
teor corresponde a 800 milésimos de prata.
O
contraste/marca com o desenho de um pequeno vaso é o mais alto teor da prata
francesa indicando que é 99.9 milésimos de prata. Existem
outras marcas como o Cisne, Caranguejo, Gorgulho, Cabeça de Porco.
No Brasil, as
marcas Cabeça de Mercúrio e Minerva são as mais conhecidas e comercializadas no Mercado de Arte e Antiguidades.
Silversmiths
franceses como Odiot, Puiforcat, Aucoc, Boin-Taburet, Têtard, Keller, Henin,
Cardeilhac e Christofle raramente aparecem no mercado de arte brasileiro.
Para
consulta de constrastaria francesa, podemos citar o livro Poiçons D’Argent Editora Tardy, disponível em livrarias brasileiras.
Nota:
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Posted by Nazira Pires Amado - Em 8.02.2014