Saturday, 19 April 2014

Eclosão do Estilo Art Nouveau

Como ilustração do texto em nosso Blog Antiques-Design selecionamos fotos das obras de alguns artistas Europeus de diversas áreas de atuação,  demonstrando a importância e extensão do Movimento Arts and Crafts na transformação de conceitos e coroado pelo Estilo Art Nouveau no Século XIX.


                                                    Arquitetura - Torino,Itália


                                                                       
                                                            Inglaterra - Glasgow

                                        Confeitaria Colombo-Rio de Janeiro

          Cerâmica-Azulejaria                                                E.Gallé
     
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L.C.Tiffany        
                                                                                                                                                           Majorelle                          
                                                  

  

                                           Alphonse Mucha
     
                                                                


                                                                                       

Saturday, 8 February 2014

Complexidade Histórica da Prata Francesa

A prata francesa e seu conceito de marca não é sistêmico como a prata inglesa.

A prata na França, não era tão apreciada como na Inglaterra.

A prata francesa atravessou muitas crises políticas que prejudicaram sua história.                             

A Prata Francesa já se originou de forma complexa

O primeiro contraste(marca) na França, em formato de um losango surgiu em Paris no Século XIV e expandiu pela França.

Em 1460, por ordem da Coroa Real foi adotada a letra “coroada” para identificação do ano em que o objeto fora feito. Em 1543, o contraste  tornou-se o primeiro padrão oficial de contrastaria francesa, garantindo a qualidade do objeto em prata.

Havia um órgão centralizador de marca intitulado “Maison Commune” responsável por marcar a cidade de origem do objeto. 

Cada cidade possuía um símbolo de identificação. Na execução, cada componente do objeto de prata, teria que possuir um símbolo, que após ser aposto, levava outro símbolo(marca),finalizador. 

Conclusão. Os objetos em prata possuíam diversos contrastes, já que cada parte do objeto era executada, separadamente. 

A Politica no Mercado da Prata

A prata era relativamente pouca na França nos Séculos XVII-XVIII e não era tão apreciada como na Inglaterra. Por possuir valor intrínseco era derretida, estava sujeita a fiscalização, ser confiscada e incorporada ao Tesouro do Estado, tanto no Reinado de Luís XIV quanto no Reinado de Luís XV. Nestas circunstâncias não havia estímulo por parte dos franceses em investirem em objetos de prata. 

A introdução do chá e do café no Século XVII na Europa impulsionou a execução e desenvolvimento de novas formas de design aos objetos e serviços em prata pelos prateiros franceses.

Muitas mudanças de hábitos e costumes houveram no final do Século XVII. A introdução de jantares como encontro social à mesa, estimulou a execução de serviços em prata, especialmente sopeiras extremamente rebuscadas e decorativas. Tornou-se um estilo de jantar transformando-se padrão europeu,  hoje conhecido como “Serviço à Francesa”.

                    
 Alguns fatos históricos  prejudicaram o mercado de prata na França.

A guerra civil entre católicos e calvinistas(huguenotes) que receosos de serem assassinados, deixaram a França para viver em outros países mais tolerantes. Cerca de 250.000 huguenotes evadiram e muitos eram exímios profissionais da prata.

Em 1689 a coroa real exigiu  dos nobres seus acervos em prata para financiar as guerras no exterior. Toneladas de objetos em prata foram derretidos.Outra investida do Estado francês em 1789 e mais objetos foram derretidos para custear a Revolução Francesa. Oficinas de prata práticamente desapareceram.

Em 1789 foi instituído um novo padrão de contraste pelo Governo Revolucionário que se manteve até 1819.
Com a situação política dramáticamente elevada, impossibilitava a aquisição de objetos de prata que apesar da qualidade francesa já existente tornou-se de alto custo o que promoveu um processo de execução mais barato e mais decorativo para viabilização financeira.

Quando Napoleão tomou o poder como ditador no início do Século XIX, predominava estilos greco-romanos e neo-clássicos, estilos que representavam os ideais políticos da Revolução Francesa.

De 1878-1973 os objetos de prata francesa para exportação são contrastados com a Cabeça de Mercúrio(Deus Romano). Junto a este contraste possui um número, que determina o teor. Número 1(um) para a prata 950 milésimos e número 2(dois) para a prata 800 milésimos.

                                                  

Ainda nos dias de hoje, a Cabeça de Minerva representada pela cabeça do Deus Romano com capacete é indicação de qualidade da prata francesa. O contraste com a Cabeça de Minerva corresponde ao teor 950. milésimos de prata. Quando a seu lado tiver o número 1(um) ou 0(zero) o teor é 92.5 milésimos de prata.

                                                    

Quando se tratar de contraste Cabeça de Mercúrio com o número 2(dois) ou nenhum número o teor corresponde a 800 milésimos de prata.

O contraste/marca com o desenho de um pequeno vaso é o mais alto teor da prata francesa indicando que é 99.9 milésimos de prata. Existem outras marcas como o Cisne, Caranguejo, Gorgulho, Cabeça de Porco.    

                                                   




No Brasil,  as marcas Cabeça de Mercúrio e Minerva são as mais conhecidas e comercializadas no Mercado de Arte e Antiguidades.



Silversmiths franceses como Odiot, Puiforcat, Aucoc, Boin-Taburet, Têtard, Keller, Henin, Cardeilhac e Christofle raramente aparecem no mercado de arte brasileiro.

Para consulta de constrastaria francesa, podemos citar o livro Poiçons D’Argent Editora Tardy, disponível em livrarias brasileiras. 

Nota: 
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Posted by Nazira Pires Amado - Em 8.02.2014




Wednesday, 15 January 2014

A Prata Inglesa - Início, Critérios e Formação “The Hallmark”

A prata inglesa e seus critérios de contrastaria se difere e muito dos demais países.

Desde 1238 na Inglaterra, moedas e itens eram produzidos em prata mas ainda não havia o conceito que hoje está em vigor.
No ano de 1300, determinado por Eduardo II todo item de prata a ser comercializado deveria ter o contraste “cabeça de leopardo coroado” como prova de teor.   Inicialmente a responsabilidade ficou a cargo dos goldsmiths(joalheiros) mas em 1327 Eduardo III nomeou “The Goldsmiths Guild”(Guilda* dos Joalheiros) responsáveis pela marca e fiscalização. As Guildas dos Joalheiros absorviam o controle dos dois metais.     O Ouro e a Prata. 
                                                      Cabeça de Leopardo Coroado        
                                                    
         
              Nesta época os Prateiros eram conhecidos como Goldsmiths assim como os Ourives.

             *Guildas eram associações de artesãos e comerciantes da mesma especialidade.  

Os membros  eleitos nestas associações eram responsáveis pela regulamentação e fiscalização de todas as atividades exercidas por seus associados além de marcar os contrastes  também atestavam o teor da prata. O prédio (intitulado Hall) onde os associados se reuniam tornou-se conhecido como Goldsmith Hall.  A origem do termo Hallmark, se referia naquela época ao prédio mas passou a ser usado como referência internacionalmente conhecido como a identificação padrão da prata inglesa.                                   Hall(prédio) e Mark(marca/contraste).

As Iniciais do Prateiro
Em 1363 todos os itens de prata deveriam ter as iniciais (marca/contraste) do prateiro. Havia uma lista com os devidos registros e eram mantidos no Goldsmith Hall.

A inclusão das iniciais do prateiro tinha como objetivo atribuir responsabilidade sobre o teor atestado pelo fiscalizador(“Essayer”). O mandato do fiscalizador tinha validade de um ano para evitar transferências de responsabilidades no caso do teor ser inferior ao padrão exigido e declarado. Mesmo  tardia a identificação do teor mais baixo o “Essayer Mark”, havendo qualquer dúvida quanto ao objeto, o prateiro poderia ser identificado e localizado para eventual contestação ou punição.

                                      

A Marca da Cidade de Origem
Não há registro da data exata quando esta exigência passou a vigorar mas constam marcas/contrastes de 7(sete) outras cidades além de Londres. Puderam então concluir que a partir daquela data houve o uso da marca da cidade, da cabeça do leopardo atestando o teor pelo Hallmark de Londres e as iniciais do prateiro. 
                                                                                                                                                              Muitos “offices” foram abertos em toda a Inglaterra mas muitos fecharam. Atualmente as marcas/contrastes das cidades que estão representadas são Londres, Birmingham, Chester, Exeter, New Castle, Sheffield, York e como  Reino Unido, inclui-se Dublin, Edimburgo e Glasgow.

A Letra como Data
Uma nova marca/contraste foi introduzida em 1478 para representar e identificar o ano em que foi produzido o referido objeto. Esta letra é trocada a cada ano.

      

A letra “A” corresponde ao ano de 1478 e não há registros de outros exemplares.  A letra “B” que corresponde ao ano de 1479 foi identificada em um Cálice e Patena pertencente a Igreja da Santa Maria a Virgem, em Somerset. É o mais antigo exemplar até hoje registrado e conhecido com a letra do ano.

O Leão Passante
A mais conhecida das marcas é o Leão Passante, introduzida em 1544 depois de uma disputa com as guildas pelo controle da prata, sinaliza que a coroa inglesa prevaleceu no controle porém 3 anos depois as guildas retomaram a liderança mantendo o Leão Passante como marca de pureza. 



As quatro marcas acima mencionadas formam o padrão inglês de contrastaria que permanecem até os dias de hoje sendo referência de qualidade e confiabilidade. Os contrastes referentes as cidades, prateiros e ano de fabricação terão sempre suas variáveis.



É impossível  transmitir em um Blog a complexidade da prata inglesa.                                                           Há alguns livros publicados que auxiliam na identificação dos contrastes mas podemos recomendar Bradbury’s Book of Hallmarks que é bastante prático mesmo para iniciantes, e é muito utilizado por colecionadores.

Posted by  Nazira Pires Amado -  Em 14.01.2014


Saturday, 4 January 2014

A Prata antiga Portuguesa e Brasileira

Portugal  iniciou seu gosto pela prata no Século XV embora haja registros de anterioridade.
Tempo das descobertas pelo mundo.

A criatividade na arte da prata em Portugal no final do período Manuelino era tempo da fartura enquanto que no Século XVII havia o empobrecimento da criatividade portuguesa ao receber fortes influências francesas diante do poderio e prestígio da França que dominou o mundo naquele Século e no início do Século XIX ocorreu a influência inglesa, especialmente no estilo Adam influenciando  o estilo na produção das peças de prata em Portugal.

Até 1886 as peças de prata produzidas em Portugal  recebiam os contrastes de respeitáveis membros da Corporação dos Goldsmiths que atestavam o teor e os classificavam, assim como também ocorria com o ouro. Os números mantinham sua equivalência para 0916, 0833 e 0750 e estes contrastes são mantidos até os dias de hoje. 

Para que pudessem usar estes contrastes era necessário ser registrado nos órgãos competentes (City Councils) da  cidade de origem do referido prateiro ou ourives e ser associado no Brotherhood of St. Eloi, sediado na Cidade do Porto. Estes órgãos foram extintos em 1834 e substuídos por Contrastaria em 1886 atestando a qualidade dos metais   e registros de marcas dos prateiros em exercício.
                                                                 

Além do contraste de teor deveria constar em cada peça a punção do local e do autor do trabalho. Na formação de um contraste utilizava-se comumente a inicial e uma coroa que determinava a origem da peça. Portanto “L” significava Lisboa, “P” Porto, “G” Guimarães e assim por diante. O teor é representado por numerais romanos como XI, X e IX ou por numerais arábicos juntamente com a punção do autor ou fabricante, geralmente identificado por suas iniciais. 
                                                      

                                                               

A maior dificuldade que encontramos nas peças de prata portuguesa é precisar as datas   que foram feitas a não ser que se tenha conhecimento das características das peças antigas e ampla experiência de manuseio. Os arquivos existentes são incompletos e difíceis de serem entendidos.


As peças de prata portuguesa antigas, em geral possuem em sua base interna marcas de buril. Com o buril ele remove resquícios, após aquecido é comparado a “amostra padrão” de teor nos órgãos fiscalizadores portugueses.
                                                            
             Burilado  
                                    
      Javali
No mercado de arte e antiguidade brasileiro pode-se encontrar também peças de  prata portuguesa mais recentes com contraste Javali que corresponde ao período de 1887-1937 e contraste Águia que corresponde a 1938-1984  e após 1985. 
                                                 Águia 

                                                                                                                                   

                                               



Não se tem registros da existência de minas de prata no Brasil. Toda a prata vinha em forma de moedas do Perú através do Rio da Prata que ao serem cunhadas, transformavam-se em objetos principalmente peças religiosas. Sabemos da existência de diversos objetos religiosos em prata do Século XVII, XVIII e XIX mas sem a contrastaria já praticada na Europa.


Ilustrando as duas mais importantes punções brasileiras são a marca “dez dinheiros” praticada no Brasil e utilizada também em Portugal a partir de 1830 e “onze dinheiros” criada no reinado de D. Pedro II. Importante mencionar que a contrastaria é regional em função de seu controle e fiscalização. Algumas publicações foram feitas mas pelo passar do tempo tornou-se impossível resgatar o que não foi registrado ou extinto.

A ausência de fontes de pesquisa, escassez de publicações, dispersão de documentação no Brasil aliados a complexidade do assunto restringe nosso acesso  as informações necessárias para amplo conhecimento de toda a contrastaria até  então existente entre Portugal e Brasil.

Posted by Nazira Pires Amado   Em 5.01.2014

Nota: 
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NPA
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Saturday, 14 December 2013

"Snuffs Boxes" - Sua Origem, Seu Uso



                          "SNUFFS  BOXES"  -  CAIXAS  DE  RAPÉ   SUA ORIGEM, SEU USO



“Snuff boxes”, conhecidas como caixa para tabaco tão populares nos séculos XVIII e XIX foram levadas à Europa por Cristóvão Colombo que ao chegar  nas Américas testemunhou nativos  cheirando uma certa substância em pó que desconhecia e nada mais era do que o fumo. 
Retornando à Espanha e divulgando o hábito que até então era considerado “taboo” pela sociedade Européia,transformou-se em hábito, “requinte e moda” pela aristocracia francesa e espanhola.
Vários foram os materiais e acabamentos utilizados para atender
a demanda dos consumidores na época.



No Brasil também são objetos, alvo de grandes coleções e tituladas “Caixas de Rapé”.   


Foram vários os materiais e acabamentos utilizados para
atender a demanda daquela        época.





Madeira, prata, marfim, osso,
cobre, tartaruga, porcelana,       esmalte, estalhadas, em ouro com ricos detalhes em cinzel
e guilhochés, incrustrações em
pedras preciosas das mais
diversas,  personalizadas em
rebuscados  monogramas e infindáveis interpretações em formas e dimensões.






Peter Carl Fabergé, Incomparável - Joalheiro do Czar-Rússia
             
  
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Quando há referência a algum fato histórico ou tenha pertencido a personagem importante, surpreende-nos os preços alcançados.


Posted by  Nazira Pires Amado  -  Dec. 14th, 2013                                





Friday, 6 December 2013

Leques - Seu Uso no Ocidente


                                                                                             
           
       
         Leques e seu Uso no Ocidente



No inicio era para "espantar" o calor, mas no Século XVIII passou a símbolo de "status" e era acessório feminino imprescindível. Nenhum País utilizou, produziu, sofisticou mais o leque do que a França.  Apesar de ter sido primeiramente difundido na Itália foram os franceses que expandiram seu uso. 
       





                                                                             
Meados do Século XVIII na França toda mulher possuía leques, sendo pobre ou nobre. Havia para todos os gostos e materiais, feitos em tartaruga, marfim, pedras preciosas, osso, algodão, madrepérola e até mesmo papel. Os primeiros eram fixos, atribuindo aos japoneses a invenção de seu desdobramento. 






 Há um único museu no mundo sobre leques com 4.000 itens em exposição permanente, situado em Greenwhich, Sudeste de Londres.



Posted Dec. 5th, 2013 by Nazira Pires Amado

Leques - Do Oriente ao Ocidente






                   Leques do Oriente


Nenhum dos leques da antiguidade, pequeno ou grande, de ouro ou marfim, semi-circular ou em forma de cauda  eram desdobráveis. Eram presos a longos cabos como eram os chineses, árabes  e egípcios. 



   
No período do último dos Césares, o leque desapareceu da Europa e só ressurgiu na época das Cruzadas, quando a bandeira como forma de leque, provávelmente de origem Sarraceno, introduziu o uso do leque novamente em Veneza, Nápoles e Pádua.
  





Apesar de vir da antiguidade-Egito, cerca de 3.000AC, foi a Rainha Elizabeth I da Inglaterra que expandiu o uso de leques. O mais antigo leque encontrado, foi no Túmulo de Tutankhamun. 


Posted  by Nazira Pires Amado  -  Dec. 5th, 2013